Preparando redes de transporte para 5G
O mundo está ficando móvel e estamos consumindo mais dados a cada ano, especialmente à medida que a popularidade do streaming de vídeo e música aumenta, e isso quando falamos apenas dos seres humanos. As máquinas e dispositivos estão agindo cada vez mais como consumidores de largura de banda de internet e gerando ainda mais tráfego na rede. Para lidar com este cenário, o mercado está em meio à implementação da quinta geração da tecnologia móvel para a Internet, ou simplesmente 5G, e os benefícios previstos estão gerando muito entusiasmo.
Entretanto, antes de poder baiar qualquer filme em nossos celulares em apenas um minuto, as operadoras precisam atender aos novos requisitos que a 5G impõe, e consequentemente os desafios para as redes de transporte que carregarão todos esses pacotes extras.
Para chegar lá, as redes devem aumentar drasticamente a largura de banda e, ao mesmo tempo, cortar a latência. Realizar qualquer uma dessas tarefas isoladamente já é difícil, imagine as duas ao mesmo tempo! Isso requer uma nova abordagem, não apenas fazer a mesma coisa melhor. Para fazer as duas, será necessário dividir as funções em uma rede de acesso via rádio. CPRI/eCPRI, IEEE, e xRAN são algumas das organizações que já criaram novas normas para projetar e caracterizar as novas divisões funcionais.
Em um recente Webinar da VIAVI, o Dr. Reza Vaez-Ghaemi falou sobre os desafios da 5G e as implicações para as redes de transporte. Reza começou detalhando os requisitos de serviço da 5G, e como cada um apresenta diferentes requisitos para as redes e aplicações subjacentes:
- Largura de banda massiva incrementada (eMBB), exige uma disponibilidade de largura de banda mais elevada da rede para a Ue
- Comunicação com baixa latência ultraconfiável (uRLLC) precisa de latência extremamente baixa no projeto da rede para os componentes relevantes da rede e sua rede de transporte de interconexão
- Comunicação do tipo máquina massiva (mMTC), requer redes que possam atender a um número muito grande de terminais de forma eficiente em termos de potência
Reza continuou descrevendo as opções de divisão e os SLAs relacionados. Os destaques da sessão incluíram itens como eCPRI, xRAN/ORAN, IEEE 802.1cm, IEEE 1914.1, fatiamento da rede, métricas de sincronização 5G e um debate sobre uma rede fronthaul convergida; combinando 4G com 5G. Finalmente, para administrar os SLAs, os provedores de serviço precisam de um programa de teste rigoroso.
Reza também publicou recentemente um artigo técnico sobre o mesmo assunto.
Perguntas e respostas do webinar ao vivo:
- Para a PON no fronthaul, um modelo DBA combinando um programador de PON e um programador de RAN é eficaz para reduzir retardo em upstream?
Reza: Sim, é eficaz. A RAN e especialistas em acesso estão trabalhando em melhorias contínuas da PON para aplicações em fronthaul. - Uma rede fronthaul baseada em Ethernet implica mais sobrecarga?
Reza: Uma rede compatível para fronthaul implica uma rede que possa priorizar, programar reserva e fornecer o tráfego que atenda os SLAs de fronthaul exigentes. Isso pode implicar em mais sobrecarga. - A CPRI em Ethernet é eficiente?
Reza: há diversas variações de Rádio em Ethernet (CPRI em Ethernet). Algumas são mais eficientes, enquanto outras são mais simples de implementar. - Como posso medir TE relativo?
Reza: Meça a diferença de tempo entre dois pontos de acesso para teste. - E sobre mais divisões no lado da DU?
Reza: Há várias opções de divisão; elas estão ilustradas nos diagramas do webinar. Um slide mostra a vista de alto nível das opções de divisão funcional. Outro slide foca nas opções de divisão dentro do PHY. - Todas as normas já estão preparadas hoje para uma RoE, uma rede baseada em TSN? Se não estão, por que o atraso?
Reza: Algumas normas já estão aprovadas e são públicas. Outras ainda estão na fase preliminar. - Quais você acredita que serão os três principais use cases da 5G?
Reza: banda larga móvel incrementada, por exemplo, para vídeo com resolução mais elevada, realidade aumentada/virtual, comunicação entre veículos (via rede), e automação de fábricas. - Quais serão os requisitos típicos de uma BC no fronthaul (por exemplo, agregar várias RUs)??
Reza: Os requisitos podem ser obtidos dos SLAs de latência geral e tempo de erro fornecidos no webinar. - Como gerencio a sincronização da comunicação entre veículos?
Reza: As unidades de telefonia celular que se comunicam com esses veículos precisam estar sincronizadas de forma extremamente eficiente. - Quais requisitos absolutos/relativos de sincronização você prevê para a implementação “virtualizada” de instâncias DU para a LTE/NR?
Reza: Os requisitos absolutos/relativos de sincronização devem ser os mesmos, não importa se para plataformas virtualizadas ou tradicionais. - Há muitos desafios com mobilidade e transferência de uma área usando sincronização de fase/GPS em 4G-FDD e 5G NSA 3x para células 4G-FDD nas proximidades, usando sincronização de Frequência normal (área sem células 5G)?
Reza: Sim, poderá haver desafios, se o usuário se movimentar entre as duas áreas e elas não estiverem com a frequência sincronizada.
Para assistir o Webinar mencionado (em inglês) por favor acesse.